Vim entender o que é o amor entre um homem e mulher no ano em que meu pai morreu. Eu, com essa minha cabeça "moderna", não entendia porque a relação de meus pais tinha durando tanto tempo, mesmo com todos os defeitos do casal. Não entendia o que significava cumplicidade.
O "pai dos burros" diz que é ato ou qualidade de cúmplice; participação de um crime ou delito. / Convivência, entendimento. Mas meus pais pareciam não se entender na maioria das vezes, mas minha mãe insistia que foram cúmplices. Então me perguntei que crime é esse que eles cometeram, pois deixei de lado a idéia de entendimento.
O tempo passou e minha mãe me contava histórias das coisas estranhas que meu pai fez. Seus olhos brilhavam e enchiam d'água. Não era tristeza, ou saudade pela morte dele. Vi até felicidade. Como assim felicidade? Foi então que descobri o amor. O maior de todos os crimes. Aquele que nos tira tudo e ao mesmo nos dá com a mesma intensidade.
Isso me fez pensar sobre meu primeiro texto, em que falei de DEUS. É nessas horas que acredito na presença DELE. O que mais explica o amor. Por ele somos corrompidos e corrompemos. Magoamos e somos magoados. Damos e nos damos. Tem uma letra de um samba do Jorge Aragão que fala que o amor ultrapassa a fronteira de qualquer reflexão. Eu acrescentaria que ultrapassa inclusive a razão. Ele não é racional, e nem deve ser. Mas não deve nos magoar tanto. Acho que sofrimento tem limites. Não podemos esquecer-nos de nos amar também.
Rsrsrs. Eu falei tanta coisa sobre o amor, mas na verdade não sei nada sobre ele. Eu sei apenas que vi esse amor entre meus pais e quero um igualzinho pra mim. Quero a cumplicidade, quero o perdão. Quero o êxtase desse sentimento. Quero me permitir e ser permitido.
O amor na verdade é um crime. É capaz de matar todos os vestígios de infelicidade. Deixa-nos reféns de angústias, da incerteza da reciprocidade. Destrói muros e barreiras antes intransponíveis. Nos deixa de quatro, inoperantes e inofensivos. Fortalece-nos. Às vezes é nostálgico, fora de moda, mas está sempre um passo a frente em direção ao futuro. O amor é antagônico.
Não sei qual a sua definição de amor, mas com certeza está errada. Está certa. Pouca importa. Tem que ser vivido. Experimentado. Ou como vi num blog, "Carpe Dien".
sábado, 24 de julho de 2010
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