sábado, 24 de julho de 2010

O QUE É O AMOR

Vim entender o que é o amor entre um homem e mulher no ano em que meu pai morreu. Eu, com essa minha cabeça "moderna", não entendia porque a relação de meus pais tinha durando tanto tempo, mesmo com todos os defeitos do casal. Não entendia o que significava cumplicidade.
O "pai dos burros" diz que é ato ou qualidade de cúmplice; participação de um crime ou delito. / Convivência, entendimento. Mas meus pais pareciam não se entender na maioria das vezes, mas minha mãe insistia que foram cúmplices. Então me perguntei que crime é esse que eles cometeram, pois deixei de lado a idéia de entendimento.
O tempo passou e minha mãe me contava histórias das coisas estranhas que meu pai fez. Seus olhos brilhavam e enchiam d'água. Não era tristeza, ou saudade pela morte dele. Vi até felicidade. Como assim felicidade? Foi então que descobri o amor. O maior de todos os crimes. Aquele que nos tira tudo e ao mesmo nos dá com a mesma intensidade.
Isso me fez pensar sobre meu primeiro texto, em que falei de DEUS. É nessas horas que acredito na presença DELE. O que mais explica o amor. Por ele somos corrompidos e corrompemos. Magoamos e somos magoados. Damos e nos damos. Tem uma letra de um samba do Jorge Aragão que fala que o amor ultrapassa a fronteira de qualquer reflexão. Eu acrescentaria que ultrapassa inclusive a razão. Ele não é racional, e nem deve ser. Mas não deve nos magoar tanto. Acho que sofrimento tem limites. Não podemos esquecer-nos de nos amar também.
Rsrsrs. Eu falei tanta coisa sobre o amor, mas na verdade não sei nada sobre ele. Eu sei apenas que vi esse amor entre meus pais e quero um igualzinho pra mim. Quero a cumplicidade, quero o perdão. Quero o êxtase desse sentimento. Quero me permitir e ser permitido.
O amor na verdade é um crime. É capaz de matar todos os vestígios de infelicidade. Deixa-nos reféns de angústias, da incerteza da reciprocidade. Destrói muros e barreiras antes intransponíveis. Nos deixa de quatro, inoperantes e inofensivos. Fortalece-nos. Às vezes é nostálgico, fora de moda, mas está sempre um passo a frente em direção ao futuro. O amor é antagônico.
Não sei qual a sua definição de amor, mas com certeza está errada. Está certa. Pouca importa. Tem que ser vivido. Experimentado. Ou como vi num blog, "Carpe Dien".

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