segunda-feira, 26 de julho de 2010

O HOMEM PERFEITO - COMPLEMENTO

Outro dia me questionaram o que escrevi sobre o homem perfeito. Acho que fui mal interpretado, pois acharam que falei de submissão. Não é bem assim. Vou me basear até mesmo na historia de minha amiga Camila.
Ela conheceu Adolfo há algum tempo, começaram a sair e estão quase namorando. Ele é o novo, lembra? Adolfo está passando da primeira para segunda fase do estágio da conquista. Primeiro ocorre uma falsa submissão. Em segundo vem a auto-afirmação. Na primeira fase o romântico finge que é submisso. Como ele quer conquistar a mulher, finge que aceita algumas situações, pois quer ficar próximo dela. Confiante e calculista, observa o ambiente, analisa suas fraquezas. Depois vem o golpe. Ele impõe-se. Não há mais submissão e o golpe foi dado. Ele agora quer o seu especo e não aceita mais ficar em segundo plano. Não é mais a mulher que o escolhe. É ele que escolhe a mulher. Ou não.

NEGRUTUDE NÃO

Essa história quem me contou foi Camila. Tudo começou numa carona que lhe dei. Como arrumei meu quarto, resolvi pegar todos os meus CDs e colocar numa case para ouvir depois em meu carro. Há tempo que não ouço os CDs, pois no carro tenho DVD. Então ou é um show ou uma rádio FM. Neste dia da carona ouvimos Negritude Junior e ríamos de minha performace. O vocalista do grupo era o Netinho, que depois virou apresentador de Tv e ficou famoso com o quadro “Um dia de princesa”. O que ríamos era lembrar o quanto o Netinho chorava quando cantava. Se o pagode era animado ele chorava, chamando os nomes dos componentes aos prantos. Se a música fosse de dor de cotovelo então, era desesperador. Dava vontade de chorar junto. Aliás, nesta época todos os grupos de pagode eram assim.
Eis a história de Camila. Faltavam poucas semanas para seu casamento com Charles quando ela descobriu uma traição. Não entrei em detalhes por que achei que seria indelicado, mas também porque o melhor da história ainda estava por vir. Ele, sofrendo, arrependido e com o coração em pedaços, cantava todo dia perto de sua casa num Karaokê que tinha num barzinho. Bêbado, com dor de cotovelo e cantando Negritude Junior aos prantos, como se fosse o próprio Netinho. E no final de cada canção ele gritava o nome de Camila pedindo que voltasse.
A situação já incomodava os vizinhos. Alguns já pediam para que o perdoasse e casasse com o rapaz, pois não agüentavam mais a cantoria. Outros pensavam como seria ouvir essa cantoria todos os dias caso casassem, então não torciam pela volta do casal. A situação chegou ao estremo quando o tio de Camila perguntou se ele poderia intervir e dá um sumiço no rapaz. Foi um alvoroço dentro daquela casa. Sabe lá quantos esse senhor de 45 anos findou a carreira? Ninguém sabe ao certo o que aconteceu, mas o fato é que o rapaz sumiu e a cantoria acabou. O tio jura até hoje que não teve nada haver com isso, mas nunca mais ouviu-se Negritude naquela rua.

sábado, 24 de julho de 2010

JULGAMENTO

Hoje acordei cedo e fui para minha aula de tênis. O tempo estava bom, firme. Parecia que abriria mais um sol daqueles. Imaginei que seria um sol para cada um. Eu realmente precisava desta aula. Minha cabeça nesta semana não estava muito boa. É trabalho, vida pessoal. Cheguei ao ponto de completar o óleo do carro e não colocar de forma correta a tampa próximo ao motor. O resultado foi um vazamento de óleo e sujeira para todo lado. Que cabeça que eu estava. Comecei bem a aula, descarregando toda a potência na bola, com o professor pedindo para que eu diminuísse o ritmo. Para cada pancada tinha um nome. Começando por Dorothea a te alguns colegas de trabalho. Pena que a chuva interrompeu e até agora estamos pensando de onde ela veio. Campo Grande realmente é um lugar diferente. Às vezes parece que estou em outro estado, sei lá. Cresce a uma velocidade pavorosa e ainda é cercada de verde em locais que muitas vezes lembram o interior.
Enquanto olhávamos a chuva alagar as duas quadras, conversamos sobre futebol, o “não” do Muricy e chegamos ao assunto Bruno. Perguntamos-nos até aonde vai à inocência de uma pessoa, ou até mesmo sua culpa. Todos são inocentes até que se provem o contrário ou será que todos são culpados até que se prove a inocência? Na verdade, esses valores perderam-se com o tempo e na maioria das vezes condenamos sem termos base. Mas não é o caso do Bruno que quero falar. Culpado ou inocente, só a justiça irá definir. O que me intriga é o que fazemos em nossas vidas. Quantas vezes não condenamos alguém sem provas, sem base, apenas com indícios. Condenamos pessoas baseado em rumores e em nossas experiências anteriores. Condenamos muitas vezes por acreditar que todos são culpados e que não há inocentes. Condenamos por não acreditar nem na nossa própria inocência.
Há pessoas que auto condenam-se. Há um tempo apaixonei-me por uma mulher. Tudo ia bem quando do nada ela resolveu interromper a relação. Eu não entendia nada, mas ela me disse que não podia continuar, pois aquilo não a pertencia e que estava condenada a sofrer suas dores. Pouco depois fui entender que na verdade ela tinha uma paixão antiga e que não sei por que casou com outra mulher. Ela era um lado do triângulo e de repente eu apareci em sua vida de forma devastadora querendo meu lugar. Sem querer eu estava participando de um quadrado e mesmo depois quando nos reencontramos resolvi dar um basta. Ela condenou-se a sofrer por este amor não correspondido, por esta história perdida. Acho que é do ser humano buscar a condenação e auto flagelar. É engraçado que os poetam e compositores condenam-se a dor para que possam escrever e compor. Basta reparar que as melhores composições de amor são aquelas que parecem compostas nos momento de dor e sofrimento, quando a mulher amada está longe ou partiu.
O ciúme surge da desconfiança e condenação que fazemos das pessoas que amamos. Surge na nossa falta de crença no ser humano, pois nunca vemos o lado bom. Enxergamos sempre o pior lado da espécie e acreditamos primeiro na culpa. A inocência sempre deve ser provada. Lembro de grandes surras que levei de meu pai, pois ele sempre condenava primeiro para depois apurar. Isso quando apurava. Aliás, acho que poucas vezes apuramos realmente o que aconteceu, e quando fazemos não agimos com imparcialidade. Na verdade o que procuramos é a culpa e quando encontramos a verdade tentamos interpretá-la conforme nossa emoção. O pior é que nem sempre damos o perdão.
É como uma música do Legião Urbana: “A humanidade é desumana, mas ainda temos chance.”

MEU PRIMEIRO POST

Resolvi atualizar com blog com os posts do blog anterior, que perdi a senha de acesso. Só eu mesmo para fazer isso. O texto abaixo foi meu primeiro post.
Esses dias estive pensando sobre o que significa DEUS em nossas vidas. Fico impressionando como as pessoas jogam toda a responsabilidade para ELE sobre tudo o que acontece, sejam as coisas boas ou ruins. Acontece algo muito bom, foi obra de DEUS. Passa-se por dificuldades, DEUS sabe o que faz. Onde está nossa responsabilidade?
Não pense que sou ateu ou que abdiquei da fé. Não é isso. Acredito que DEUS está presente em tudo, mas não posso fugir de minhas responsabilidades. Não posso abdicar de meu livre arbítrio (que ELE me deu). Acho que ELE está presente em tudo. No sorriso de uma criança, naquele encontro casual, naquela oportunidade que estava esperando. Aliás, acredito que ELE nos coloca as oportunidades todas as horas. O problema é que nem sempre estamos preparados.
Devemos assumir a responsabilidade de nossos atos. Não podemos simplesmente deixar que a vida aconteça e não façamos nada. Não sou o passageiro de minha vida. Sou o motorista.
E sua vida, quem está no volante?

O QUE É O AMOR

Vim entender o que é o amor entre um homem e mulher no ano em que meu pai morreu. Eu, com essa minha cabeça "moderna", não entendia porque a relação de meus pais tinha durando tanto tempo, mesmo com todos os defeitos do casal. Não entendia o que significava cumplicidade.
O "pai dos burros" diz que é ato ou qualidade de cúmplice; participação de um crime ou delito. / Convivência, entendimento. Mas meus pais pareciam não se entender na maioria das vezes, mas minha mãe insistia que foram cúmplices. Então me perguntei que crime é esse que eles cometeram, pois deixei de lado a idéia de entendimento.
O tempo passou e minha mãe me contava histórias das coisas estranhas que meu pai fez. Seus olhos brilhavam e enchiam d'água. Não era tristeza, ou saudade pela morte dele. Vi até felicidade. Como assim felicidade? Foi então que descobri o amor. O maior de todos os crimes. Aquele que nos tira tudo e ao mesmo nos dá com a mesma intensidade.
Isso me fez pensar sobre meu primeiro texto, em que falei de DEUS. É nessas horas que acredito na presença DELE. O que mais explica o amor. Por ele somos corrompidos e corrompemos. Magoamos e somos magoados. Damos e nos damos. Tem uma letra de um samba do Jorge Aragão que fala que o amor ultrapassa a fronteira de qualquer reflexão. Eu acrescentaria que ultrapassa inclusive a razão. Ele não é racional, e nem deve ser. Mas não deve nos magoar tanto. Acho que sofrimento tem limites. Não podemos esquecer-nos de nos amar também.
Rsrsrs. Eu falei tanta coisa sobre o amor, mas na verdade não sei nada sobre ele. Eu sei apenas que vi esse amor entre meus pais e quero um igualzinho pra mim. Quero a cumplicidade, quero o perdão. Quero o êxtase desse sentimento. Quero me permitir e ser permitido.
O amor na verdade é um crime. É capaz de matar todos os vestígios de infelicidade. Deixa-nos reféns de angústias, da incerteza da reciprocidade. Destrói muros e barreiras antes intransponíveis. Nos deixa de quatro, inoperantes e inofensivos. Fortalece-nos. Às vezes é nostálgico, fora de moda, mas está sempre um passo a frente em direção ao futuro. O amor é antagônico.
Não sei qual a sua definição de amor, mas com certeza está errada. Está certa. Pouca importa. Tem que ser vivido. Experimentado. Ou como vi num blog, "Carpe Dien".

O CORAÇÃO E A RAZÃO

Estou tentando entender o que nos leva a se apaixonar por alguém. Por que ficamos bobos? Por que nos esquecemos do tempo? Às vezes ficamos até loucos. Neste momento, por exemplo, estou apaixonado por uma mulher. É a mulher mais encantadora que conheci. Sinto que estou meio bobo, perdendo um pouco a razão (como se esse sentimento fosse racional). Eu sei também que as coisas devem ser feitas com calma. A conquista deve ser gradativa, sem sufocar. Devo respeitar o limite da conquista, que paira sobre um novo limite, que é o da razão. Droga, a razão está sempre no meio para estragar.
O mais engraçado é que já conheço a anos. Nossos caminhos sempre se cruzaram, mas depois se afastaram. Vivemos histórias com personagens bem diferentes. Rsrsrsrs. Parece uma novela do Manoel Carlos, mas não se passa no Leblon. Passa-se em vários lugares, vários bairros. E até mesmo no mundo virtual.
Hoje por um acaso fui ao banco e vi um casal na fila. Nada demais. Um casal comum. Não vou descrever-lo, porque não importa. O que me importa é esta mulher logo veio a minha cabeça. É claro que imaginei coisas, fantasiei. Hoje a vi várias vezes, em várias situações. A beira do mar, vendo o por do sol. Imaginei o brilho de seus olhos com o sol refletindo ali na minha frente. Perguntei-me várias vezes se ela estaria pensando em mim e se estou agindo da forma correta. Qual será o segredo da conquista? Quem deve me guiar? O coração? A razão? (ah, não. A razão não).
Apesar de minha pouca idade (ou será muita? Depende da sua) aprendi que as mulheres definem o rumo do relacionamento. Não pense você, meu amigo, que irá pegar a mulher pelos cabelos e a levará para sua caverna, como nossos ancestrais faziam. Antes disso, ela te processa e quando você der por si está numa delegacia sendo enquadrado pela Lei Maria da Penha. É meio antagônico, mas as mulheres preferem homens como "pegada". Vá entender-las.
Quem nunca passou por uma situação parecida como a minha. É a dúvida que nos permeia sempre nestas ocasiões. Quem deve guiar nossas decisões: coração ou razão? Há algum tempo atrás ouvi uma frase que me acompanhe sempre que preciso agir. "Enquanto o razão nos condena, o coração nos conforta." Paremos para pensar num só instante nas decisões que tomamos em nossas vidas. Em quais fomos mais felizes? Nas racionais? Nas emocionais?
Alto lá, também não podemos confundir algumas coisas. Tomar decisões com o emocional não é sofrer. Há casos em que nos envolvemos em relacionamentos que sabemos que não dará em nada. Está na nossa cara. Neste caso é burrice. Perdoe-me minha franqueza, mas caminhar rumo ao sofrimento, é burrice. Eu sei, parece que não estou sendo coerente com que escrevi anteriormente, mas não é verdade. Agir com o emocional, é ser sublime com suas decisões. É ter a certeza que a felicidade está ali naquela pessoa (torço que ela acredite que sou a felicidade dela). Ser emocional é entregar-se ao destino, a oportunidade que DEUS está colocando em nossa frente.
A razão, de quem na maioria das vezes não gosto, nos impede de tomar a decisão correta. Cria os empecilhos, nos questiona antes de cada passo. Na verdade ela deveria nos dizer: feche os olhos e vá. Muito pelo contrário. Além de criar todos os empecilhos, depois fica nos castigando. É por isso que na maioria das vezes sigo o coração. Neste meu caso em particular estou sendo cuidadoso. Estou dando um passo de cada vez. Pelo menos neste caso a razão está sendo útil, mas se eu sentir que as coisas estão saindo do rumo, a deixo de lado e sigo somente o coração.

COMO CONQUISTAR UMA MULHER

Deve ter uma fórmula mágica para se conquistar uma mulher. Talvez uma fórmula acadêmica. Quem sabe a matemática, física ou química possa ajudar?
Procurei em meus livros e achei um de matemática. Equações de segundo grau não resolvem, pois me dão dois resultados. Quais dos dois escolherem? E qual número? Há um livro de Douglas Adans (Guia do mochileiro das galáxias) onde o número mágico da vida é 42. Será que pode ser esse o número para resolver essa equação e conquistar definitivamente a mulher de sua vida. Pensei em 42 formas diferentes de utilizar este número e não cheguei a nenhuma conclusão. Na verdade a matemática somente serviu para que eu contasse a quantidade de vezes que pensei nesta mulher e multiplicasse a saudade que sinto depois do último encontro. É claro que o desejo de vê-la foi elevado a enésima potência subtraindo qualquer tristeza que eu pudesse ter.
Continuei na matemática, mas abandonei a álgebra. Não estava me ajudando. Achei que a geometria poderia me ajudar. Pensei nas curvas de seu corpo e na distância que tenho que percorrer até seu coração. É uma área difícil de ser medida. Não encontrei o perímetro e perdi-me em seus catetos e hipotenusas. Chega de matemática.
Quem sabe a física pode me ajudar. Pensei em medir a velocidade que tenho que percorrer para chegar a seu coração, mas o meu bate tão acelerado que impede qualquer medição. Pensei nela, saí do chão, fiquei sem gravidade. Grave mesmo é essa distância. Conquistá-la de longe é complicado. Acho que a física me deixou mais confuso.
Ah, quem sabe a química? É claro. A fórmula do amor. Da conquista. Isso pode me ajudar. Mas são tantos elementos na tabela periódica que fiquei confuso. Novamente ela invadiu meus pensamentos e minha boca secou. Nem H2O resolveu. Preciso de nitrogênio para esfriar meu corpo. Que química é essa que essa mulher tem? Vasculhei todo o livro e não encontrei uma fórmula sequer para conquistá-la.
A estatística também não me ajudou. A frequência com que eu pensava nela aumentava e probabilidade de ter sucesso nesta conquista não dava para ser calculada.
Os livros jurídicos não ajudaram. Não há lei que explique esse fascínio que tenho por esta mulher.
A verdade é que a ciência, seja qual for, não pode ajudar na conquista de uma mulher. Há aqueles que acham que sabem. Criam regras que eu particularmente não consigo seguir. Por exemplo:
• Não se deve bajulá-la - isso é o que mais faço. Toda hora penso e invento alguma forma de agradá-la.
• Não deve mostrar o que sente por ela - agora é tarde. Ela já sabe. Falam que por esta regra ela pode fazer do homem gato e sapato. E quem disse que não quero isso?
• Deve-se fazer de difícil - que raio de regra é essa? Fazer-me de difícil e não facilitar o caminho que existe entre eu e ela? Mais uma regra que não segui.
Eu poderia continuar e citar outras regras que não sigo. Outras regras que resolvi quebrar. Acho que numa conquista não há regras de fato. Devemos utilizar o coração como guia. É claro que devemos ter bom senso. Mas veja bem, se você sentir que o bom senso está te prejudicando, deixe ele de lado. É o que falo sempre: na dúvida entre a razão e o coração, siga o coração. Pelo menos ele poderá te consolar.

ENCONTROS E DESENCONTROS

Você acredita em destino? Acha que caminhos são cruzados por algum motivo? Por que algumas pessoas demoram tanto tempo para se encontrar?
Às vezes paro para pensar nisso. Pergunto-me por algumas pessoas casam cedo, outras casam mais tarde. Há ainda os que nem se casam (pergunto-me também porque ainda não casei). Tenho uma amiga que teve uma história complicada no casamento. Foi morar em outro estado como o "milico", era como chamávamos o Jorge, sargento do exército. A cerimônia e a festa foram lindíssimas. E acabou por aí. Ela tinha tudo. Dinheiro, jantares, perfumes, mas apanhava. Hoje, com pouco mais de trinta, ela conta que está muito bem sozinha.
Eu, particularmente, acredito que as pessoas possam ser felizes sozinhas. Apenas acho que a felicidade deve ser dividida, compartilhada. É até egoísmo querer ser feliz só.
O que me intriga é entender porque muitas vezes vivemos histórias distintas antes que o encontro aconteça. Por que não antes? Deve ter um motivo maior. Quem sabe ELE não está aprontando alguma? E é algo muito bom, com certeza. E esse momento deve ser vivido com toda sua intensidade. Não devemos fugir. Eu, por exemplo, diante de um momento como este, mergulho de cabeça. Quero ir até o final. Quero ver aonde vai dar tudo isso.
Esses dias estava vendo o filme "Amor além da vida". Fiquei pensando sobre estes encontros. Por que sabemos tanto de algumas pessoas sem que ela nos diga alguma palavra sequer? Por que as vezes temos impressão que as já conhecemos? Será que a almas gêmeas realmente existem? Eu, como bom romântico, quero acreditar que sim. Acho que a vida é repleta de encontros e desencontros. Muitas vezes as pessoas se encontram e se afastam, para reencontra-se depois. Vivem histórias maravilhosas que terminam, como se fossem uma preparação para algo maior. Algo mágico.
Independente da história que tenha vivido, seja boa ou ruim, você entender que passou. Deve entender que outras histórias devem ser vividas para depois serem contadas. Quanto tempo durará essas histórias? Isso ninguém sabe e nem pode afirmar. O importante, é fazer igual à canção de Gonzaguinha:"Viver, sem ter a certeza de ser feliz. Cantar, cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida será bem melhor (e será), mas isso não impede que eu repita. É bonita. É bonita. E é bonita."
Viva a vida. Viva sua família. Viva seus amigos. Viva seus amores. Quem sabe esse não pode ser o personagem que estava faltando para sua história?

PERDAS

Recentemente vi um filme muito interessante. A história girava sobre um palestrante/consultor que ajudava as pessoas a lidarem com suas perdas (mortes de entes queridos). Depois de assistir fiquei pensando o quanto não sabemos lidar com nossas perdas do dia a dia.
Houve uma época em que eu lamentava sobre as oportunidades de emprego que eu perdia. Passava dias, semanas pensando no assunto. E relacionamentos que chegavam ao fim? E tinha até mesmo os que não aconteciam. Essas perdas são mais difíceis de lidar. Não dá vontade de comer, de trabalhar. O mundo pára. As perdas que atingem nosso coração são mais complicadas.
A verdade é que não sabemos lidar com perda alguma. Somos incapazes de olhar para frente e esquecer a dor. Parece que somos magnetizados pelo sofrimento, principalmente se for o nosso. É antagônico com o discurso que pregamos, quando falamos que em buscar a felicidade a qualquer custo. Por que nos apegamos tanto ao passado? Por que somos tão nostálgicos.
Coloquei uma meta em minha vida. O sofrimento por minhas perdas não devem durar mais que três dias. É isso mesmo. Três é o tempo suficiente para recompor minhas perdas e curar minhas dores. Sejam elas afetivas ou profissionais.
Com a morte de meu pai aprendi que não devemos esquecer o passado, mas também não devemos alimentá-lo. A vida continua. Carpe Dien. Só há um responsável pela minha felicidade, e este sou eu (é claro que aquela mulher por quem me apaixonei também pode ajudar).
A vida não pára. Ela passa muito rápida e não posso deixá-la passar por mim. Como falei em outro texto, sou motorista e não passageiro. Não tenho tempo para chorar ou lamentar. Há um caminho muito longo para seguir e com certeza terei outras perdas. Que venham. Minhas dores e lamentações durarão apenas três dias.
Ah, os períodos de felicidades são bem maiores. Duram semanas, meses, anos...

NOSSA NOVELA DE CADA DIA

Outro dia aconteceu-me algo estranho. Fui fechar uma conta num banco. Era uma destas contas-salário, que a empresa abre para efetuar o depósito de seu salário. O problema é que em minha trajetória profissional mudei de emprego algumas vezes e acabei esquecendo de fechar esta conta. Pois bem, gerou um saldo devedor absurdo e eu tinha que resolver. Ontem cheguei nesta agência disposto a falar com a gerente e resolver o assunto. A coitada estava toda enrolado com um financiamento de imóvel de seu cliente. O contrato tinha um valor e o financiamento era outro. Algo simples de se resolver, mas pelo visto ocuparia toda a tarde e já eram 11:50 hs. Ela disse que só poderia me atender depois e provavelmente não seria naquele dia. Disse ainda que eu poderia inclusive reclamar no 0800. É claro que eu não faria isso.
Voltei no dia seguinte (hoje) disposto a encerrar a conta. Ela, muito simpática, perpiscaz, convenceu-me do contrário. Disse que era uma injustiça aquele saldo devedor e que sentia muito. Continuei com a conta e ganhei isenção de tarifas. Ela não sabia, mas era o que havia planejado. Enquanto atualiza meu cadastro perguntei-lhe como a negociação de ontem terminou. Simplesmente não terminou e será concluída depois. Agradeceu pela minha paciência e serenidade, uma vez que não reclamei e voltei no dia seguinte para resolver meu problema. Perguntou-me qual era a minha religião.
- Ultimamente não tenho freqüentado a igreja.
- Mas não lhe perguntei sobre igreja. Poderia ser um templo ou uma casa espiritual. Mas você parece ser tão sereno. Pensei que fosse cristão.
- Mas tenho muita fé, mesmo sem freqüentar algum templo, igreja, sei lá.
- Também é um defeito que tenho. Não freqüento nenhuma casa religiosa. Acho que não tenho religião.
- Mas quem disse que precisamos. Acho que faz bem de fato, mas não é isso que define nosso caráter e comportamento. Você mesmo deve conhecer tanta gente invejosa que freqüenta igrejas. Não é necessário a igreja para formar o caráter da pessoa. A igreja e a religião ajudam, mas a proximidade com ELE é definida por nossos atos.
E assim seguiu-se a conversa. Já eram mais ou menos 13:30 hs. Fomos almoçar. Estranhei o convite da gerente, mesmo assim aceitei. Você deve estar pensando que rolou algum clima. Rsrsrs. Ela é mesmo muito bonita, atraente. Parece ser interessante também. Mas na minha cabeça só tem uma mulher.
Voltemos ao almoço. De repente, do nada, ela começou a me contar seu drama pessoal. Ela, uma mulher bonita e bem sucedida de 39 anos. Casada há 19 e três filhos com o mesmo marido. Ele, a ama loucamente. Sente excitação por ela todos os dias. E ela não o ama mais. A relação desgastou pela própria evolução da sociedade. Hoje a mulher é dona de seu próprio nariz. Ela é forte, guerreira e destemida. O homem para ter essa mulher ao seu lado deve brigar todo dia por ela. Deve crescer junto com ela. Deve partilhar de suas ambições. Ela não quer que ele ganhe mais ou menos que ela. Quer que ele não pare de crescer. Além disso, ela ainda quer que ele seja um bom amante. Quer ser desejada, mas também quer que ele desperte nela as sensações mais doces de prazer. É preciso dar cambalhota e efetuar malabarismos no lustre. É preciso ser super-homem e esse marido não é o super-herói que ela deseja.
É impressionante como o ser humano gosta de transformar suas vidas em novelas globais. Decisões que deveriam ser simples, complicamos de uma forma absurda. É claro que ela não conversou sobre seus sentimentos com o marido. É claro que sua angustia aumentou e arrastou-se. É claro que apareceu alguém para cobrir a lacuna vazia em seu coração. E o ser humano ainda é capaz de complicar ainda mais.
De novela global, transformamos em dramalhão mexicano. Esse que preencheu a lacuna, começou a freqüentar a casa e virou amigo da família, inclusive do marido. É, virou tragédia grega. É claro que não lhe dei conselhos. Não o que falar. Apenas disse que ela decida pelo coração. Seja qual for a decisão que ela tome, a razão irá condená-la, mas o coração irá confortá-la.
Por que gostamos tantos de dramas? Por que complicamos tanto? Na maioria das vezes a entrega é inevitável. Seja um amor, emprego ou um abraço a um amigo. Mesmo assim adiamos a decisão, transformando felicidade em angústia. É a própria novela de Manoel Carlos.
É preciso saber viver.

QUANTO CUSTA PARA CONQUISTAR UMA MULHER

Esses dias, estive pensando o quanto custa uma conquista. Há raros momentos em que nos deparamos com "aquela" mulher. Sabe aquela mulher que mexe com você? Aquela que volta e meia invade seus pensamentos. Aquela que você sabe não deve e nem quer desistir. Pois é, quanto custa conquistá-la? Não estou falando de valores financeiros. Não é isso. Falo de outros valores. Valores que normalmente você não abriria mão, mas por ela você se despe de qualquer paradigma.
Eu, particularmente, gosto de mandar flores e outros agrados. É claro que hoje eu posso ter esse tipo de gasto devido ao meu momento de vida. É claro também que nem sempre foi assim e neste momento buscava alternativas. Mas o que interessa mesmo neste assunto é que nem sempre quebrei meus paradigmas. Nem sempre fui além do que minha razão permitia. É claro que nem sempre se realizava a conquista, ou melhor, não se realizava mesmo.
Uma conquista não se mede pelos valores. Mede-se o quanto aquela mulher é importante e até onde você está disposto a ir por ela. Para conquistá-la vou até for preciso. Ela é daquela que não se deve desistir. E haja flores e presentes.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

BANCO DE SANGUE

Esse caso é a antítese do post anterior. Hoje fui doar sangue com alguns colegas de trabalho para o pai de uma secretária do trabalho. Fomos para Caxias num hospital no bairro 25 de Agosto. Para quem não conhece, esse bairro é o mais nobre de Caxias. É como se fosse o Leblon da Baixada, sem a praia, o Xexeo e o Manuel Carlos procurando argumentos para sua próxima novela. Estacionei num estacionamento na Unigranrio, que não sei mais se é shopping ou faculdade. Pelo meu GPS, eu sabia que o locar ficava a menos de 1 KM, então não era muito para andarmos. Um colega nosso, metido a garanhão, pediu informação para a primeira menina bonitinha que vimos. Aliás, como há mulheres bonitas em Caxias e é uma pena que esta não sabia onde era o banco de sangue. Tentamos o pipoqueiro que também não sou. Assim, a solução era a tia que vendia uns doces revirados. Só descobri que eram doces quando perguntei o preço do quibe, mas ela me informou que tratavas se de brigadeiro. Ao conversar com a tia descobrimos que estávamos no caminho oposto e que teríamos algumas ladeiras a subir. O caminho foi tortuoso e penoso. Vimos um bairro em crescimento, como novos prédios em construção, novos comércios. Vimos um bairro com cara de Laranjeiras, urbanizado, com praças e limpo. Vi um banco de sangue que tinha aparência de açougue, quase perguntei se tinha fígado e qual o preço do quilo.
Antes de doar sangue, você mente num questionário. Mente mesmo, pois não acredito que a maioria fale a verdade. Uma das perguntas era se o doador pagava por sexo. Um colega disse que não, mas se a grana for boa ele topa. Outra pergunta era se o doador já tinha feito sexo com outro homem. Outro colega disse que não tinha certeza, pois a mulher era muito feia e tinha bigode. Aliás, essa mulher foi ponto de outra pergunta. Tinha uma pergunta sobre quantos parceiros o doador fez sexo durante o último ano. O colega comentou novamente sobre a tal mulher feia e decidimos que ela valia menos 3. Poxa, por uma mulher tão feia ele tinha que perder pontos.
Depois de passado a triagem, você faz o teste para saber o tipo sanguíneo. O cidadão que furou meu dedo para o raio do teste parecia que furava um balão de gás, tamanha a violência e agressão ao meu dedo no meio. Sempre achei que meu sangue era O+, mas hoje descobri que se tratava de A. outra constatação foi meu medo de agulhas. Como pode um homem que faz escalada, rapel ter medo de agulha. Medo não. Pavor. Olhei para o lado e tive receio de desmaiar, tamanho meu pavor. E foram quase meio litro de sangue.
Ainda doávamos sangue quando um rapaz preenchia o formulário:
– Quantas mulheres eu fiz sexo no último ano? Sei lá, nunca parei para contar.
– Você paga por sexo? Pago, mas não muito caro. Uns 20 reais mais ou menos.
– Você freqüenta termas ou casa de massagem? Porra, todo dia!
Seu telefone toca e do outro lado era uma mulher. Ele ficou todo entusiasmado e que ela esperasse mais meia hora, pois eles almoçariam juntos. Ele perguntou a enfermeira se podia adiantar o lado dele.
– Você pode me adiantar? Olha meu problema. Sou casado, mas tem um pessoalzinho que estou pegando e que quer almoçar comigo.
Não sei se o malandro encontrou a mulher para o almoço, mas depois de doar sangue não acredito que ele teria forças para nenhuma outra atividade que não fosse almoçar.

O HOMEM PERFEITO

Hoje fiz algo que normalmente não gosto de fazer: dá conselho. Normalmente não gosto de aconselhar pessoas. Gosto de assistir e ouvir, provocando a pessoa a pensar sobre o que está acontecendo em sua volta. Acho que cada um deve encontrar as saídas para seus problemas por si só. Cada um deve decidir seu destino com base em suas experiências e intuições, ouvindo a razão e o coração buscando o equilíbrio entre ambos. Quando não encontramos esse equilíbrio, devemos seguir o coração, pois a razão é impiedosa. Condena-nos, seja qual for a decisão. Já o coração nos conforta.
Minha amiga Camila, aquela do Wii, confidenciou-me sobre as agonias pessoais em que estava vivendo. Ela tinha que escolher entre um relacionamento de 7 anos que acabou e que ela lutava para reacender, e um novo prestes a começar, com alguém disposto a tudo para conquistá-la. O problema do primeiro relacionamento é que ela fez de tudo para que o amor reacendesse. Lutou com forças que poucas vezes vi alguém fazer. É difícil remontar uma relação que parece dilacerada pelo tempo, pela intolerância, às vezes pelo ódio decorrente de brigas. Reconstruir é muito mais difícil do que construir, pois as bases estão lá. Não se pode remover-las. Todas as agonias e mazelas que obrigaram a reforma estão lá e não podem ser simplesmente removidas. Toda estrutura deve ser readaptada. Por outro lado, o novo é fascinante. Podemos construir como queremos, esquecendo os erros estruturais da obra anterior, sem repetir os mesmos erros.
Camila lutou como pôde, mas chega uma hora que devemos dar chance para o novo. É o conselho que lhe dei. O novo é um rapaz disposto a tudo para ter-la ao lado. É um rapaz que faz de tolo nas vezes que não a encontra, pois ele sabe que ela encontra-se na obra antiga, tentando a reforma. É um rapaz que presta atenção nos detalhes, nas pequenas coisas. É também que erra pelo excesso, mas não desiste de tentar.
As mulheres reclamam que falta romantismo e seriedade aos homens, e quando eles aparecem na maioria os rejeitam. Esse rapaz, a obra nova a qual aconselhei Camila a escolher, é a um dos espécimes em extinção, como o autor desse blog. Normalmente esse espécime olha nos olhos da amada e declara tudo o que está em seu coração tentando falar com a alma dela. Suas palavras vêm da alma. Ele realmente presta a atenção nos detalhes e tenta agradá-la. Peca muitas vezes pelo excesso, pois é difícil ter a medida exata do agrado. Ele é capaz de abrir mãos de seus conceitos e pudores, chegando ao limite que a paciência permite, somente para conquistá-la. As vezes pode parecer grudento, eu sei, mas ele quer apenas ter essa mulher ao seu lado, nem que seja por um momento, minutos. Mesmo que não fale nada, apenas para sentir essa presença. Segurar a mão, um toque. Ele é o próprio romantismo. É aquele que manda uma mensagem após uma noite de amor. Avisa constantemente que sente saudades. Ele respira o ar da amada mesmo em sua ausência. Ela está lá de alguma forma. Ele sofre, chora, emociona-se. Ele quer somente uma mulher. Aquela mulher, que invade seus sonhos sem permissão, com ele acordado ou não. Ele não “fica”, relaciona-se, namora. Cria laços. Ele entende o que seria incencebivel. Perdoa o imperdoável. Vai em frente onde outros desistem. Mas não pense que ele é carente, que não gosta de si. Aliás, uma coisa deve ficar bem clara: quem não é carente? Quem no mundo não possui alguma carência ou alguma perda? E ele gosta de si também. Tanto que se coloca limites para tanta luta. A diferença é que seu tempo é mais dilatado do que os demais. Ele vai além dos limites para conquistar essa mulher.
Eu disse para ela escolher pelo rapaz. É hora de acreditar no novo e esquecer as reformas. É hora de seguir em frente e deixar o tempo agir. É hora de baixar a guarda e deixar o novo cumprir seu papel, que é conquistá-la. Não há perfeição, mas o mais próximo que se pode chegar é o novo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PRAIA DE NUDISMO

Eu adoro ouvir história. Pensando um pouquinho vemos que a vida é uma imensa novela e que cada pessoa é um personagem interessante, capaz de nos encantar com suas histórias. Juscelino é uma fábrica de casos engraçados e emocionantes. Ele, com seus 50 anos bem vividos, é casado com Mara, e desta união temos o Bill. O curioso é que Juscelino ainda tem mais uma filha, com pouco mais de 20 anos fruto de seu primeiro casamento com a cunhada. Isso mesmo. Ele separou-se e depois se casou com a cunhada. Surreal.
Em uma de suas viagens ao nordeste, Juscelino encontrou uma praia de nudismo e bateu-lhe a curiosidade. Sempre teve a vontade de ir, mas nunca teve a coragem. Aqui no Rio temos a praia do Abricó, por exemplo, que com seu nome sugestivo é um perigo para pessoas como eu que escrevem muito rápido e cometem erros de ortografia. Aff.
http://www.abrico.com.br/p_principal.html
Juscelino convenceu Mara e foi para a praia. Ele já tinha um plano de emergência desenhado em sua cabeça. Aliás, em tudo o que fazemos em nossa vida, devemos sempre ter o plano B. não se pode mergulhar numa idéia sem desprezar a existência do fracasso. Não se pode confundir otimismo com falta de prudência. Aceitar a existência do fracasso é o primeiro passo para que cheguemos ao sucesso e Juscelino tinha consciência do que seria seu fracasso. Entusiasmasse com a primeira nua e demonstrar fisicamente sua felicidade. Neste caso o plano B é a água gelada do mar.
E lá foi ele junto com sua esposa. Na entrada já estava devidamente vestido e meio que constrangido. Nem as cinco latinhas de cerveja tiraram sua timidez. Mesmo se quisesse, não conseguiria demonstrar qualquer sinal de felicidade. O público não era de causar entusiasmo. Viu algumas mulheres sentadas e ficou preocupado com a possibilidade destas pegarem uma gripe ou algo assim. Seus seios batiam na areia. Tinha outra coisa que o incomodava: as mulheres eram hippies. Por que ninguém ali era a favor do desmatamento? Não que ele fosse, mas deveria ter outras formas de preservar a floresta amazônica. E a faixa etária? A mais nova parecia ser mãe de sua sogra.
Conversar com as pessoas olhando em seus olhos tornou-se um desafio. Se Newton fosse vivo mudaria sua teoria da gravidade. Descobriria que o olhar sofre da mesma gravidade que a maça, quando em contato com um corpo nu. É difícil escapar da comparação ou da vontade de comparar-se ao outro. Não sei se a mulher sofre desse mal, mas o homem acha que sempre há alguém com uma vantagem a mais que você, mesmo sabendo que isso não é o que importa, segundo algumas falsas mulheres. Eu não sei dizer se ele sentia vergonha ou orgulho, até porque, para se proteger, o homem mente, mesmo que seja para si mesmo.
Quando pensava em ir embora, eis que surge o inesperado. Ir para uma praia de nudismo pela primeira vez já é algo diferente e até mesmo constrangedor. Imagine encontrar um conhecido. E não é que Juscelino encontrou justamente o vizinho! Ambos nu, num embaraçoso aperto de mão, olhando nos olhos um do outro. Quando Juscelino me contou esta historia, perguntei-lhe se tinha passado vergonha. Orgulhoso, disse que foi o vizinho que passou. É a comparação foi inevitável pra ele.

39 ou 40 ANOS DE CASADO

Recentemente conheci um casal muito interessante: Sr Delair e Dona Maria de Jesus. Logo me lembrei de meus pais quando os vi. Pela cumplicidade, pelas doces implicâncias. Esta semana eles completam 39 ou 40 anos de casado. A filha não soube me afirmar ao certo, mas nos dias hoje, onde os casais terminam antes até mesmo de sua existência, um ano a mais ou a menos não fará nenhuma diferença.
Quando criança não entendia ao certo a união de meus pais. Minha sofria com as loucuras e bebedeiras de meu pai, que começavam as sextas-feiras e terminavam no domingo a noite. Lembro de ter visto meu pai golpear a barriga de minha quando ela estava grávida de um de meus irmãos. E essa união durou quase trinta anos, sendo interrompida apenas pela morte de meu pai.
Meu relacionamento com meu pai nunca foi dos melhores, pelos motivos que expus em posts anteriores. Mesmo assim era meu ídolo e sinto sua falta e minha mãe mais ainda. Lembro de seus últimos dias e a cumplicidade que existia entre eles. Lembro da troca de afeto e preocupação. Os dias de guerra tinha ficado para trás, dando lugar a dias de paz e amor. Certa vez fomos buscar meu pai no instituto do coração, nas Laranjeiras. Ele, recém infartado, tinha feito um cateterismo e estava liberado. Não tínhamos dinheiro para pagar um taxi até Realengo e encaramos quase quatro horas de ônibus. No segundo ônibus em que fizemos a baldeação, não havia um lugar e ficamos em pé. De repente surgiu um banco vazio e meu pai, vendo que minha mãe estava muito cansada, obrigou-a a sentar. Na minha cabeça o doente era ele, mas quem precisava de uma demonstração de carinho e afeto naquele momento era ela. Ele percebeu. Parece um gesto pequeno, mas são destes pequenininhos que as relações são construídas.
Imagino esse casal. Esta relação foi construída com quantos gestos pequenininhos? Ora, são 39 ou 40 anos de casamento. Esses pequenos gestos surgem a todo momento, a cada hora. As vezes nos preocupamos com grandes presentes, flores, cestas, mas estes gestos acontecem apenas um ou outra vez. Pior, é que muitas vezes só olhamos para estes grandes gestos e não damos valor aos pequenos. Por isso que as relações acabam antes de seu começo. É preciso que pratiquemos os pequenos gestos e passemos a olhá-los com o valor que merecem.
Deus queira que encontremos uma relação que dure pelo menos 3 ou 4 anos, pois uma 39 ou 40 anos está em extinção.

domingo, 18 de julho de 2010

AVENTURAS NO MOTEL

Nesses dias de frio, nada como um momento de amor ao lado dela (e). pena que nem sempre tudo dá certo nesta hora e depois do fato há sempre algo para rir.
Primeiramente, quarto de motéis deveriam ter uma acústica melhor. Eu, particularmente sou muito concentrado nestes momentos. Tendo abstrair-me do mundo lá fora e concentrar-me na mulher ao meu lado. Pena que nem todas são assim. No mundo moderno as pessoas fazem várias coisas ao mesmo tempo. Eu, por exemplo, estou escrevendo esse blog, consultando internet e assistindo TV. Segundo estudos eu sou um multitaskers e segundo ainda um estudo da Universidade Stanford as pessoas que fazer várias coisas ao mesmo tempo, são as piores para fazer várias coisas ao mesmo tempo.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,fazer-muitas-coisas-ao-mesmo-tempo-pode-atrapalhar-o-cerebro,423965,0.htm
Parando para pensar um pouquinho, sexo é fazer várias coisas ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo em que está dedicando-se ao parceiro (a), está pensando em você, no que te agrada. No sentimento envolvido, nas conseqüências do fato. Tudo bem que há casos em que não pensamos nestas conseqüências, vide minha vizinha que está prestes a ter o terceiro filho, fruto de mais uma inconseqüência. Os outros dois filhos são frutos de duas inconseqüências também. Uma com cada parceiro.
Às vezes o multitasking é uma praga e sair com uma mulher que o prática pode ser uma experiência pra lá de diferente. Era para ser uma noite incrível. Eu, interessado na mulher e um romântico inveterado, resolvi levar a mulher com quem eu estava saindo num motel que nem eu ou ela tivesse ido ainda. Como era nossa primeira vez juntos, queria que o lugar fosse verdade para os dois. Primeiro foi a fila de espera. Quase 20 minutos esperando uma fila de carros consegui a chave de uma suíte. Bom, não foi bem as chaves. A recepcionista me disse que uma camareira me entregaria. Uma noite que parecia ser inesquecível, começou a ficar surreal. Entrei com o carro na garagem e lá de dentro me surge a mulher com o chave e me entrega. Quase brinquei com a situação convidando-a participar, mas achei que causaria ainda mais constrangimento a toda situação. Entramos e logo tratei de esquecer tudo e pensar só na mulher que estava ali. Já estávamos na página 39 quando surgiu um som do quarto ao lado. Era um funk. Nada contra esse típico de música. Confesso que até ouço às vezes, que há letras que acho interessantes, mas a sua maioria é ruim. Agora, o que tem um funk haver com aquele momento? O pior, minha parceira sendo uma multimaker, começou a rir e o clima acabou. Com aquela acústica, ou melhor, falta dela, o clima não foi dos melhores. Outra vez era o casal do quarto ao lado. Os gritos e gemidos pareciam vir da sonoplastia dos novos filmes eróticos da Gretchen. Acho que nem ela gritaria tanto. Desta vez eu mesmo parei. Olhei para ela e eu mesmo não acreditava nisso tudo.
Outra coisa que deveria ter em motel é edredon. Aquele lençol fininho, neste frio, não é o suficiente. Por mais calorosa que seja relação, não há frio que aquele lençol esquente. Juro que na próxima vez levo de casa um edredon.
E o chuveiro que nunca consigo regular. Ou a água é quente demais ou gelada demais. Minha sinusite já piorou várias vezes depois de um motel. Sendo multimaker ou não, a verdade que cada visita ao motel é uma história e tanto.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

COMO AMAR A MULHER MODERNA

Estava vendo o filme Wimbledon e deu-me logo vontade de escrever. Há uma cena em que o pai da namorada do protagonista fala que sua filha devia deixar o rapaz para concentrar-se no que é mais importante, o torneio. Lembrei-me de minha vida onde sempre deixei minha vida pessoal de lado para olhar minha carreira. Prova são as empresas em que trabalhei e a faculdade, duas pós, MBA que fiz e o mestrado que estou cursando. Não que eu me arrependa, mas acho que hoje tenho que conciliar ambos. Não consigo ver a vida pessoal e a profissional andarem separadas. Uma está ligada a outra.

Quem nunca deixou alguém de lado por causa de um trabalho, ou um curso, ou uma viagem? Acho que quase todos já deixou alguém passar por essas escolhas. As vezes achamos que a outra pessoa não quer se envolver ou não quer participar de seu dilema. Há vezes que temos medo do envolvimento e achamos que iremos sofrer na escolha. Esquecemos que muitas vezes nem é preciso escolhas.

Num mundo atual, onde as mulheres estão indo cada vez mais longe em suas carreiras, esse dilema as persegue. Conheço casos de mulheres que nem dão a chance ao homem de escolher se quer ou não paticipar desta vida louca de compromissos, viagens e reniões ao qual a mulher se envolveu. As vezes bastaria perguntar. O homem, por sua vez, deve entender que o mundo mudou. Que hoje ele não pode competir com o trabalho e a carreira da mulher. Ele deve estar perto, presente, participar. Pouco tempo atrás ouvi que a mulher de hoje se casa com o trabalho. Eu concordo e vou mais além. O homem é o amante. Ele deve saber que dificilmente destruirá esta este matrimônio e que só poderá ter a mulher nos dias em que o marido não estiver presente. Eu sei que a sensação de ser o outro incomoda, mas devemos nos habituar a ela, caso contrário, seremos incapazes de ter e conquistar esta mulher. A mulher cabe participar o amante de seus problemas. Ele deve ser a válvula de escape.

Para mulher talvez seja difícil encontrar um homem assim. Estamos falando de uma quebra de paradigma. O homem não é mais o senhor da razão, não é somente ele responsável pela caça. Ele é mais um e deve entender isso. Há casos em que a mulher trabalha muito mais que o homem.

Caso você mulher encontre um homem assim, disposto a entender seus problemas e querer participar desta agenda louca. não perca tempo. Desarme-se. Aproveite a oportunidade pois você pode estar diante de um dos poucos espécimes capaz de compreender-la e disposto e encarar esse desafio que é amar a mulher moderna.

UM DIA PARA ESQUECER

Essa história ainda é do meu amigo da canjica. O que aconteceu com ele foi surreal. Ele trabalhava numa consultoria contábil e trabalhava de terno todos os dias. Aliás, ele ficava muito bem de terno, sempre muito elegante e cheio de garbo. Foi até a estação de trem de Deodoro e pegoou o trem "Parador". Sentou-se perto a porta, de forma que pudesse encostar sua cabeça na parede do trem e dormir. O trem partiu em meio aos vendedores de jornais e ao baleiro, que gritava: "Psiu! Psiu! Quer chupar? Aqui tem chibiu."

A primeira estação veio, mas o sono não. Sentiu uma sensação estranha de mau-estar, náuseas e tonteira. Achou que o melhor a fazer era descer na próxima estação e ir para casa ou ao médico para saber o que estava acontecendo. Recentemente ele havia perdido um colega devido há um enfarto fulminante e isso pertubava sua cabeça. Realmente descer na próxima estação foi a melhor decisão que ele havia tomada diante dos fatos que ocorreriam a seguir.

Nos primeiros passos na estação de Bento Ribeiro e suava frio, mas a tonteira já diminuia, náusea aumentava. Estranhamente ouviu um ruído que parecia sair de sua barriga. Suou mais frio que antes, principalmente depois que lembrou do que foi seu dia anterior e do cardápio no churrasco de seu amigo. Olhou para escadaria e viu que a solução seria contorcer seu corpo de forma que todos os poros ficassem fechados, impedindo inclusive sua respiração. Antes do primeiro movimento ele descobriu que era tarde demais e que algo estranho e desagradável acontecia debaixo de seus olhos. Aliás, um tronco abaixo, começando na linha de cintura. Seu andar não era mais o mesmo. Era escorregadio e molhado por um riacho que percorria suas pernas. Agora ele tinha que decidir o que fazer. Como voltar pra casa? E como subir aqueles degraus com os movimentos mais sutis possíveis? Meus Deus. Ao chegar ao topo, ele olhos para trás para saber se deixou rastros. Os piores pensamentos passavam pela sua cabeça e um banheiro poderiam esvaziar sua alma e limpar seu corpo. Viu o primeiro bar e perguntou onde era o banheiro. O que encontrou foi um mictório e um ralo. Não pensou duas vezes: tirou a tampa do ralo.

Há momentos da vida que achamos que nada pode piorar. Já estamos em situação tão delicada que olhamos para frente e buscamos uma razão para seguir em frente. Esse meu amigo fz isso. Olhou a sua volta e...cadê o papel? Viu a solução em sua pasta. Delicadamente, para não sujar-la, olhou adentro procurando um rascunho ou um pedaço de qualquer coisa sem importância, mas encontrou apenas documento. Encontrou um monte deles dentro de um saco plástico e esta seria a solução. Há coisas que não precisamos de ciência para explicar, mas as experíências de nosso dia a dia, tendem a ajudar. O papel, por pior que seja sua qualidade, ele limpa, pois absorve a sujeira. O plástico não. Ele espalha. Meu amigo já sabia disso, mas o que fazer diante desta situação?

Ao sair do banheiro pediu ao dono uma garrafa plástica de água, pois não encontrou naquele mictório. O dono deu-lhe uma garrafa de pet que meu amigo devolveu vazia. Entreolhou a garrafa e viu que estava ligeiramente borrada. O jeito era seguir em frente e não olhar para trás, ainda mais porque iria encontrar a cara feia do dono a visitar o banheiro que ele acabava de utilizar.

Veio o ônibus para voltar para casa. Como ele fazia o caminho inverso, estava vazio e cheio de lugares. Por motivos óbvios ele ficou de pé, próximo a trocadora que conversava com alguém. Em certo momento ela comentou com essa pessoa sobre um cheiro horrível que sentia. Olhou para meu amigo, que devolveu o olhar de forma até triste. Ela olhou para as árvores e comentou: "são estas árvores daqui de Marechal Hermes. Elas fedem muito. Deve ser essas frutinha". Eu mesmo estudei em Marechal Hermes por três anos. Na primavera aquelas árvores exalavam um perfume maravilhoso.

Ao chegar em casa, um alívio. Ele entrou no banheiro e tirou toda a roupa. Sua vontade era queimar tudo, mas pensou no cheiro que poderia exalar e a vizinhança por pensar que fosse uma arma química. Olhou para o espelho e não acredito. Havia um cocô em sua testa. Imagine o sentimento que lhe veio a cabeça. Ele andou mais de meia hora com um cocô do tamanho de um caroço de feijão em sua testa. Chorou copiosamente embaixo do chveiro por pelo menos uma hora. Recuperou-se emocionalmente e ligou para a namorada. Precisava que ela lhe fizesse um favor. Ligar para seu trabalho e dizer que passou mal e não poderia ir. Caso ele mesmo ligasse poderia não parecer verdadeiro.
- Mas o que você tem?
- Não tenho nada amor. Apenas tive que voltar para casa.
- Como assim? O que aconteceu?
- Deixa pra lá amor. Apenas faça o quelhe pedi.
- Me conta primeiro. O que aconteceu? Estou preocupada.
- Tudo bem. Tive uma dor de barriga e voltei pra casa.
- Como assim? Foi na roupa?
- Pois é. Foi. E o pior que eu estava no trem e ...amor? Você ainda está aí? Amor???

Ela voltou ao telefone com a voz meio ofegante, como se tivesse chorado.
- Eu não acredito!!!
Agora vieram os risos. Era a humilhação total. Um dia para ser esquecido.

CANJICA DE MILHO ORGÂNICO

Um amigo recebe cada missão de sua gerente! Todos os meses ela tem uma reunião de indicadores com sua equipe. Para quem não conhece este tipo de reunião, são aquelas onde são apresentados todos os indicadores da área e quando estão abaixo do esperado, os responsáveis são cobrados duramente. Ah, mas quando são positivos, há o questionamento para saber porque não foram melhores, que as pessoas poderiam dar um pouquinho mais. E quando são acima das expectativas? Outra bronca, pois o céu é o limite. Trabelhei num escritório de advocacia e em numa das festas de aniversário um dos sócios disse uma frase que considerava como lema de sua atividade e nunca mais esqueci: "aqui nós fazemos o impossível, mas se o cliente quiser um milagre, baste que ele espere mais cinco minutos". Tenho a impressão que esta gerente espera o milagre sempre.

A missão de meu amigo era encomendar uma canjica para esta reunião de indicadores. Em todas as reuniões desta gerente há café da manhã ou café da tarde, dependendo do dia. Como ela queria algo diferente porque era época de festa junina, a canjica seria típico do período e diferente das demais comidas que normalmente encomendam. Ele procurou a mãe de um amigo que temos em comum, uma excelente cozinheira que até hoje não entendo por que ela não possui um empreendimento. Na mesma hora que encomendava ligou para sua gerente. Um quilo de canjica era muita coisa para trinta pessoas. E não teria apenas canjica. Outros quitutes deliciosos. Adoro essa reunião de indicadores, exceto a parte que diz respeito aos próprios indicadores. Bom, na discussão de um quilo ou meio, a gerente decidiu fazer em casa. E ela fez um quilo.

Essa gerente é uma mulher sofisticada. Não é uma gerente qualquer. É uma outra casta. Ela exala glamour e classe por onde desfila. Isso mesmo, desfila, ou você acha que esta mulher anda normalmente. Um esporro desta mulher não é algo qualquer, é um evento, um marco. Aliás, como marca. Pouco sabe-se de sua vida pessoal e por conta disso há muitos contos e lendas. Há uma que conta que o rapaz depois de um sonoro "NÃO" desta mulher, tentou o sucídio. Foi até a ponte Rio-Niterói, tomou um vidro de remédio, amarrou uma ponta de uma corda no pescoço, a outra no vão da ponte e jogou-se ao ar. A corda arrebentou, caiu na base da ponte de peito, cuspiu o veneno e quebrou cinco costela. Está internado até hoje e dizem que a noite balbucia o nome desta diva. Se um simples não fez isso com esta mulher, imagine um esporro na equipe?

E foram um quilo de canjica. Há muito tempo eu não via tanta canjica em minha vida. Aliás, estava deliciosa. Mas não era uma canjica qualquer. Era uma canjica feita com leite Molico Premiun. A mãe deste nosso amigo usaria aquele leite de caixinha Selita, que cá entre nós, é horroroso. Para completar o requinte, a canjica era orgânica. Pena que sobrou muita coisa. Acho que ainda estamos acostumados com o leite de caixinha e aquele milho de canjica mais ou menos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

MEU SEGUNDO DIA NO MESTRADO

Estou vendo Romário comentar sobre a copa e realmente é de impessionar como ele mudou a forma de se expor. Queria saber quem é esse mágico que transformou a postura e a postação de voz deste craque. Quem sabe não poderia fazer o mesmo trabalho comigo? De repente é essa mudança que preciso para encarar o mestrado, pois no segundo dia faltou bem pouquinho para desistir de tudo.

Quando fiz a entrevista no processo seletivo do mestrado, fiquei sabendo que o resultado de minha prova foi ruim. E teste de inglês, então, foi péssimo. Mas a redação, sensacional. Mas isso não era o suficiente, pois fiquei para reclassificação. Um da antes do término do prazo de matrícula recebi uma ligação da instituição perguntando se eu tinha interesse. Não pensei duas vezes e efetivei minha matrícula. O curso de mestrado tem muita pesquisa, muito case. Até aqui, tudo bem, pois gosto de ler e estudar. A aula era de Teoria da Administração e o professou já avisou que teríamos muitos case, no mínimo um por aula, sendo alguns em inglês que teríamos que discutir depois. Meu inglês sempre foi péssimo, pois nunca gostei da língua. Já estudei em vários cursos e em poucos me adaptei. Preferia que vendessem um chip ou um pen drive, onde enfiaríamos no ouvido e transferíamos todo o conhecimento da língua. Antes que sua imaginação entre em ebulição, é melhor que seja colocado no ouvido pois é mais proximo do cérebro. E, mas antes da invenção do chip o professor nos entregou o primeiro case, em INGLÊS. O cenário que desenhei era o pior possível. Tentava encaixar as palavras, aprender por osmose, rezar, mas nada adiantava. Não conseguia entender uma sentença inteira e quando chegava próximo disso, nada fazia sentido. Insisti e algumas coisas saíram. Quase saí junto com elas, porta afora.

O texto era sobre uma casal de mexicanos que tinham que decidir se deveriam sair de sua cidade, Thijuna, partindo como imigrantes ilegais para os Eua, ou ficar e lutar nesta cidade. Meu colega advogado decidiu definir Thijuana: é a Vila Mimosa dos Eua. Todos riram, menos eu, pois ainda pensava se a decisão de ir embora deveria ser tomada naquele momento ou não. Lembrei-me de algumas coisas que vivi e resolvi pensar melhor.

Com dezenove anos apareceu uma oportunidade para ser mensageiro num laboratório farmaceutico. Eu seria terceirizado e prometi que iria fazer uma faculdade logo, logo. Três meses inciava na Simonsen, próximo a minha casa. Fui com a cara e coragem, pois sobrava pouco do salário no mês. Com o que sobrava dava apenas para ir ao cinema com uma ex-namorada e comer no MC Donalds, tudo isso apenas uma vez no mês. Motel, nem pensar, então sobrava para aquele cantinho da varanda de sua casa. Ah se aquela parede de chapisco falasse!!! Ainda bem que ela não tinha voz, pois os arranhões já me bastavam. Com o tempo a coisa apertou e não sobrava mais para o lanche. O jeito era comer em casa. Antes que eu tivesse que encerrar minhas idas ao cinema consegui o Creduc.

Não será um novo financiamento que colocará os "yes" e "no" in my head, mas não tenho motivos ainda para desistir. Este não é o maior desafio que já enfrentei. Tive coisas bem piores. Conquistar "aquela" mulher de uma vez por todas é um desafio bem maior. Que saudades de Dorothéia.

HISTÓRIAS TRISTES

Hoje foi um dia diferente. Passei uma semana meio baixo astral, uma excessão em minha vida. Normalmente sou uma pessoa alegre, que ri dos próprios problemas. Um desses chatos que vivem alegres por nada e riem de tudo, como se felicidade fosse algo simples e que pudesse ser comprado ali na esquina, junto à barraquinha de doces. Bom, o que aconteceu foi o seguinte: na semana retrasada bati com o carro, meio imprudência minha, meio do outro motorista. Eu, um ingênio, inocente e imaturo, nem quis discutir o assunto e fui embora para o trabalho na mesma hora, de manhã. Fui triste, aborrecido. O pior foi passar o final de semana sem ele. Foram quase duas semanas sem carro, onde tive que voltar a andar de ônibus, trem e van. Não que eu seja metido, ou algo do gênero, mas o conforto de um carro, mesmo com o engarrafamento das ruas do Rio em suas manhãs, são quase que insubstituíveis. Ainda por cima fiquei sem notícias da mulher que vem me encantando nos últimos 30 dias. Ai que saudades de Dorothéa!!!

Voltemos ao dia de hoje. Minha gerente pediu que eu iniciasse uma entrevista de um candidato, pois ela estava muito ocupada e só poderia aparecer no final. Chamei dois colegas, a Camila (lembra da história do Wii?) e o Rogério. Deste último contarei boas histórias nos próximos dias. E fomos nós três entrevistar o Fred. Este rapaz tem 23 anos, contador, mora sozinho. O currículo é excelente, com uma grande história de vida. Começou a trabalhar num desses programas de assistência, que colocam os menores em empresas para que tenham o primeiro contato com o mercado de trabalho. Ele começou com 17 anos na Xerox, conheceu a contabilidade num dos material que tirava cópia para um departamento e apaixonou-se. Realmente é uma história muito boa, mas a saída da última empresa e a decisão de morar estavam mal contadas e com algumas lacunas. Eu, como entrevistador, o questionei, colocando-o em situação desconfortável. Ao final da entrevista fui questionado pelo Rogério por eu ser tão inciso nestas entrevistas e entar tão a fundo na vida pessoal dos candidatos. Fiquei com isso na cabeça e na hora do almoço surgiu o assunto Bruno.

Por mais que eu tente, não consigo encontrar justificativas para o caso do goleiro. Tendo culpa ou não. nada justifica tudo isso. Histórias tristes todos tem, mas o que fazemos com ela é que é o grande "xis" da questão. Nasci em 1975 numa família muito humilde. Meu falecido pai era motorista de ônibus e minha mãe dona de casa. A nossa casa foi terminada (ainda está sendo) ao longo dos anos. Com o passar do tempo meu pai largou a profissão de motorista e virou marceneiro, um grande talento. Com o tempo os problemas de seu sistema nervoso foram agravando-se, principalmente depois de seu encontro com a bebida, neste caso, a cerveja. Eu apanhei muito quando criança, daquelas surras de não sair de casa. Lembro que uma vez fiquei em casa uma semana, sem ir ao colégio, pois estava muito marcado. O tempo passou e fui trabalhar numa merceária próximo à minha casa. Lá fiquei dos treze aos dezenove anos. Foram anos fantásticos, onde aprendi muito e conheci todo o tipo de pessoa. Uma pena que quase todo o dinheiro ia para casa para comprarmos comida. Depois consegui fazer uma faculdade graças ao Creduc e ainda duas pós e um MBA, finalizando com o Mestrado que estou cursando. Por toda a história triste que esse goleiro esteja vivendo, nada justifica. Eu tenho a minha e nem por isso meu caminho foi desviado.

Em certo momento o Fred disse que morava numa cumunidade carente, o que pra mim pouco importava. Não me impressiono pela histórias tristes, tenho a minha. O que me impressiona é a história alegre que vem em seguida. Rogério ficou tão impressionado com a história de Fred, que questionou-me por eu ser tão inciso, tão duro em minhas perguntas. Eu queria ver nos olhos de Fred os mesmos brilhos nos olhos que eu tinha quando comia metade de um ovo no almoço. Queria que o Fred me dissesse que queria ser gestor, algo que eu queria ser antes dos trinta e cinco. Era meu planejamento. Fui antes dos trinta (um da conta essa passagem também). Mas o Fred não me transmitiu essa confiança.

Depois fizemos um fórum com minha gerente. Todos gostaram do rapaz, menos eu. Coloquei meu ponto de vista, mas Rogério insistia em me criticar. Achava que fui duro, injusto e outros adjetivos que não lembro. Mais tarde fiquei sabendo com mais detalhes da história de Fred e vi que na verdade ele apenas não soube se vender. Fred com certeza vai escrever uma história muito bonita. Negro, morador de comudade carente, um dia será um case de sucesso, destes que são tema de estudos em turmas de mestrado.

Hoje foi um dia que resolvi contar parte de minha história de vida, algo que não fazia há muito tempo. Foi um dia que fiquei revoltado com toda essa história do goleiro. Hoje foi o dia em que quase chorei em lembrar de minha história. Hoje foi o dia em que relembrei porque sou tão feliz.

terça-feira, 6 de julho de 2010

MEU PRIMEIRO DIA NO MESTRADO

Era apenas uma ala inaugural, mas quase virou minha aula final. O professor apresentou toda a estrutura do mestrado e os desafios. Eu não cansava de olhar a porta, imaginando qual seria o momento em que eu iria embora. Perguntava-me o que fazia ali. Eram diretores, gerentes, empresários, e eu ali, um simples analista de contabilidade de uma empresa de telecom, que acabava de mudar de área, deixando de ser líder, para ser mais um buscando espaço numa nova área.

Todos tem uma história para contar, de desafios, tragédias, tristezas e superações. A minha não é muito diferente das demais. Acho que nunca passei fome, mas lembro das muitas dificuldades que vivemos. No café da manhã era metade de um pãozinho. Pelo menos tinha margarina. No almoço era metade de um ovo frito, bem pequeno, pois era o que dava para minha mãe comprar com o pouco que papai deixava em casa. Era papai, mamãe, meu irmão, minha irmã e eu. E nem dava para pedir minha gema mole. Quando eu cursava a primeira série aconteceu um fato que nunca mais vou esquecer. Quem sabe um dia coloco em minha autobiografia. Como você sabe, as crianças são motivadas a fazer vários trabalhos artezanais em datas festivas, como dia dos pais, feriados, entre outros. Era próximo ao dia das mães e a professora deu uma lista de coisas para levarmos para fazer o brinde na sexta-feira para mamãe. Eu levei o mais fácil. Aliás, o que tinha em casa: uma colher de pau. Enquanto meus colegas compraram uma colher de pau para fazer o presentinho da mamãe, eu levei uma bem usada, surrada e parecia que faltava um pedaço na cabeça. Olhava para alguns coleguinhas e eles fizeram um porta retrato com palitos de sorvete. O meu presente era uma flor meio torta e vesga, naquela colher de pau horrorosa. Fui correndo para casa, pois queria presentear minha mãe. Eu era uma criança mirrada, magrinha e cabeluda. Os vizinhos falavam que eu era lindo e acredito nisso até hoje. Entrei portão adentro e parei na porta da sala. Minha mãe parecia que já esperava-me. Entreguei-lhe a flor de papelão colada naquela colher de pau. Ela olhou e sem dirigir-me o olhar arrancou o papelão colado na colher e foi para cozinha. Acho que o arroz ainda não estava pronto.

No mestrado apenas eu morava longe. Uns moravam no Leblon, outros em Ipanema, Barra, Recreio e Tijuca. E eu em Realengo, conhecida apenas por Gilberto Gil que precisou de uma rima para Flamengo, ou Jorge BenJor que cismou que meu bairro fica logo depois de Engenho de Dentro. São muitas estações depois. Na hora em que cada um apresentou seu histórico e currículo, escondi o meu. Fiquei com medo de acharem que eu queria aparecer. Fiz uma faculdade de Ciencias Contábeis, Pós em Contabilidade Tributária, Contabilidade Gerencial, MBA no IBMEC e agora o mestrado naquela mesma instituição. Você deve está se perguntando como posso ter feito tanto depois do histórico de pobreza que contei. Bom, quando eu falar do segundo dia de mestrado conto mais sobre isso.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O QUE MATA É O GOLEIRO

Essa recebi de um amigo: "o flamengo é um bom time, o que mata é o goleiro". Os noticiários em torno do goleiro Bruno e essa amante que desapareceu não são os mais agradáveis. É claro que a imagem dele e do Flamengo sofrem desgaste e a sociedade questiona-se até aonde o ser humano é capaz de ir. O mesmo goleiro Bruno, recentemente defendeu Adriano dizendo que, quem nunca bateu numa mulher que atire a primeira flor, digo, pedra. Foi no caso do Adriano "Imperador", que teria amarrado a própria namorada numa árvore.



Por mais que tenham vivido uma infância difícil, cheia de dores e decepções, nada justifica que jovem milionários como jogadores de futebol, que ganham fortunas, são idolatrados por milhões, possam ter condutas como as que temos visto recentemente. Não consigo mensurar os proventos do Bruno. Falam em torno de 250 mil. Nada justifica bater numa mulher, obrigá-la a fazer um aborto e até mesmo matá-la e enterrá-la. Torço para que seja inocente, pois caso contrário, serei eu a perder a inocência.



Também tive uma infância marcada de desafios e superações. Também vivenciei coisas que não gostaria de ter vivenciado e nem por isso cometo os mesmos erros de conduta de alguns atletas que deveriam ser ídolos e comportar-se como tal. Não sei de quem é a culpa, mas acreditar que a fama e a riqueza são os culpados é um pouco demais. Temos exemplo de jogadores de futebol que são exemplos, como o...Mas tem o...Droga, não lembrei de ninguém. Você certamente lembrou de alguém e até vou dizer quem: Kaká. É o queridinho de toda mamãe. Bom moço, respeitador, religiososo, casou virgem e segue os mandamentos de Deus. Esse também me decepcionou outro dia. Mandou um jogador da Costa do Marfin para puta que pariu e outro do Chile tomar no cu. Dizem que passou a noite em claro, pedindo que Deus perdoasse aquele seu deslize. Tomara que tenha passado a noite seguinte da derrota para Holanda em claro também, pois não sei se nós brasileiros o perdoaremos desta eliminação na Copa do Mundo.