quinta-feira, 8 de julho de 2010

MEU SEGUNDO DIA NO MESTRADO

Estou vendo Romário comentar sobre a copa e realmente é de impessionar como ele mudou a forma de se expor. Queria saber quem é esse mágico que transformou a postura e a postação de voz deste craque. Quem sabe não poderia fazer o mesmo trabalho comigo? De repente é essa mudança que preciso para encarar o mestrado, pois no segundo dia faltou bem pouquinho para desistir de tudo.

Quando fiz a entrevista no processo seletivo do mestrado, fiquei sabendo que o resultado de minha prova foi ruim. E teste de inglês, então, foi péssimo. Mas a redação, sensacional. Mas isso não era o suficiente, pois fiquei para reclassificação. Um da antes do término do prazo de matrícula recebi uma ligação da instituição perguntando se eu tinha interesse. Não pensei duas vezes e efetivei minha matrícula. O curso de mestrado tem muita pesquisa, muito case. Até aqui, tudo bem, pois gosto de ler e estudar. A aula era de Teoria da Administração e o professou já avisou que teríamos muitos case, no mínimo um por aula, sendo alguns em inglês que teríamos que discutir depois. Meu inglês sempre foi péssimo, pois nunca gostei da língua. Já estudei em vários cursos e em poucos me adaptei. Preferia que vendessem um chip ou um pen drive, onde enfiaríamos no ouvido e transferíamos todo o conhecimento da língua. Antes que sua imaginação entre em ebulição, é melhor que seja colocado no ouvido pois é mais proximo do cérebro. E, mas antes da invenção do chip o professor nos entregou o primeiro case, em INGLÊS. O cenário que desenhei era o pior possível. Tentava encaixar as palavras, aprender por osmose, rezar, mas nada adiantava. Não conseguia entender uma sentença inteira e quando chegava próximo disso, nada fazia sentido. Insisti e algumas coisas saíram. Quase saí junto com elas, porta afora.

O texto era sobre uma casal de mexicanos que tinham que decidir se deveriam sair de sua cidade, Thijuna, partindo como imigrantes ilegais para os Eua, ou ficar e lutar nesta cidade. Meu colega advogado decidiu definir Thijuana: é a Vila Mimosa dos Eua. Todos riram, menos eu, pois ainda pensava se a decisão de ir embora deveria ser tomada naquele momento ou não. Lembrei-me de algumas coisas que vivi e resolvi pensar melhor.

Com dezenove anos apareceu uma oportunidade para ser mensageiro num laboratório farmaceutico. Eu seria terceirizado e prometi que iria fazer uma faculdade logo, logo. Três meses inciava na Simonsen, próximo a minha casa. Fui com a cara e coragem, pois sobrava pouco do salário no mês. Com o que sobrava dava apenas para ir ao cinema com uma ex-namorada e comer no MC Donalds, tudo isso apenas uma vez no mês. Motel, nem pensar, então sobrava para aquele cantinho da varanda de sua casa. Ah se aquela parede de chapisco falasse!!! Ainda bem que ela não tinha voz, pois os arranhões já me bastavam. Com o tempo a coisa apertou e não sobrava mais para o lanche. O jeito era comer em casa. Antes que eu tivesse que encerrar minhas idas ao cinema consegui o Creduc.

Não será um novo financiamento que colocará os "yes" e "no" in my head, mas não tenho motivos ainda para desistir. Este não é o maior desafio que já enfrentei. Tive coisas bem piores. Conquistar "aquela" mulher de uma vez por todas é um desafio bem maior. Que saudades de Dorothéia.

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