segunda-feira, 12 de julho de 2010

CANJICA DE MILHO ORGÂNICO

Um amigo recebe cada missão de sua gerente! Todos os meses ela tem uma reunião de indicadores com sua equipe. Para quem não conhece este tipo de reunião, são aquelas onde são apresentados todos os indicadores da área e quando estão abaixo do esperado, os responsáveis são cobrados duramente. Ah, mas quando são positivos, há o questionamento para saber porque não foram melhores, que as pessoas poderiam dar um pouquinho mais. E quando são acima das expectativas? Outra bronca, pois o céu é o limite. Trabelhei num escritório de advocacia e em numa das festas de aniversário um dos sócios disse uma frase que considerava como lema de sua atividade e nunca mais esqueci: "aqui nós fazemos o impossível, mas se o cliente quiser um milagre, baste que ele espere mais cinco minutos". Tenho a impressão que esta gerente espera o milagre sempre.

A missão de meu amigo era encomendar uma canjica para esta reunião de indicadores. Em todas as reuniões desta gerente há café da manhã ou café da tarde, dependendo do dia. Como ela queria algo diferente porque era época de festa junina, a canjica seria típico do período e diferente das demais comidas que normalmente encomendam. Ele procurou a mãe de um amigo que temos em comum, uma excelente cozinheira que até hoje não entendo por que ela não possui um empreendimento. Na mesma hora que encomendava ligou para sua gerente. Um quilo de canjica era muita coisa para trinta pessoas. E não teria apenas canjica. Outros quitutes deliciosos. Adoro essa reunião de indicadores, exceto a parte que diz respeito aos próprios indicadores. Bom, na discussão de um quilo ou meio, a gerente decidiu fazer em casa. E ela fez um quilo.

Essa gerente é uma mulher sofisticada. Não é uma gerente qualquer. É uma outra casta. Ela exala glamour e classe por onde desfila. Isso mesmo, desfila, ou você acha que esta mulher anda normalmente. Um esporro desta mulher não é algo qualquer, é um evento, um marco. Aliás, como marca. Pouco sabe-se de sua vida pessoal e por conta disso há muitos contos e lendas. Há uma que conta que o rapaz depois de um sonoro "NÃO" desta mulher, tentou o sucídio. Foi até a ponte Rio-Niterói, tomou um vidro de remédio, amarrou uma ponta de uma corda no pescoço, a outra no vão da ponte e jogou-se ao ar. A corda arrebentou, caiu na base da ponte de peito, cuspiu o veneno e quebrou cinco costela. Está internado até hoje e dizem que a noite balbucia o nome desta diva. Se um simples não fez isso com esta mulher, imagine um esporro na equipe?

E foram um quilo de canjica. Há muito tempo eu não via tanta canjica em minha vida. Aliás, estava deliciosa. Mas não era uma canjica qualquer. Era uma canjica feita com leite Molico Premiun. A mãe deste nosso amigo usaria aquele leite de caixinha Selita, que cá entre nós, é horroroso. Para completar o requinte, a canjica era orgânica. Pena que sobrou muita coisa. Acho que ainda estamos acostumados com o leite de caixinha e aquele milho de canjica mais ou menos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário