quinta-feira, 22 de julho de 2010

BANCO DE SANGUE

Esse caso é a antítese do post anterior. Hoje fui doar sangue com alguns colegas de trabalho para o pai de uma secretária do trabalho. Fomos para Caxias num hospital no bairro 25 de Agosto. Para quem não conhece, esse bairro é o mais nobre de Caxias. É como se fosse o Leblon da Baixada, sem a praia, o Xexeo e o Manuel Carlos procurando argumentos para sua próxima novela. Estacionei num estacionamento na Unigranrio, que não sei mais se é shopping ou faculdade. Pelo meu GPS, eu sabia que o locar ficava a menos de 1 KM, então não era muito para andarmos. Um colega nosso, metido a garanhão, pediu informação para a primeira menina bonitinha que vimos. Aliás, como há mulheres bonitas em Caxias e é uma pena que esta não sabia onde era o banco de sangue. Tentamos o pipoqueiro que também não sou. Assim, a solução era a tia que vendia uns doces revirados. Só descobri que eram doces quando perguntei o preço do quibe, mas ela me informou que tratavas se de brigadeiro. Ao conversar com a tia descobrimos que estávamos no caminho oposto e que teríamos algumas ladeiras a subir. O caminho foi tortuoso e penoso. Vimos um bairro em crescimento, como novos prédios em construção, novos comércios. Vimos um bairro com cara de Laranjeiras, urbanizado, com praças e limpo. Vi um banco de sangue que tinha aparência de açougue, quase perguntei se tinha fígado e qual o preço do quilo.
Antes de doar sangue, você mente num questionário. Mente mesmo, pois não acredito que a maioria fale a verdade. Uma das perguntas era se o doador pagava por sexo. Um colega disse que não, mas se a grana for boa ele topa. Outra pergunta era se o doador já tinha feito sexo com outro homem. Outro colega disse que não tinha certeza, pois a mulher era muito feia e tinha bigode. Aliás, essa mulher foi ponto de outra pergunta. Tinha uma pergunta sobre quantos parceiros o doador fez sexo durante o último ano. O colega comentou novamente sobre a tal mulher feia e decidimos que ela valia menos 3. Poxa, por uma mulher tão feia ele tinha que perder pontos.
Depois de passado a triagem, você faz o teste para saber o tipo sanguíneo. O cidadão que furou meu dedo para o raio do teste parecia que furava um balão de gás, tamanha a violência e agressão ao meu dedo no meio. Sempre achei que meu sangue era O+, mas hoje descobri que se tratava de A. outra constatação foi meu medo de agulhas. Como pode um homem que faz escalada, rapel ter medo de agulha. Medo não. Pavor. Olhei para o lado e tive receio de desmaiar, tamanho meu pavor. E foram quase meio litro de sangue.
Ainda doávamos sangue quando um rapaz preenchia o formulário:
– Quantas mulheres eu fiz sexo no último ano? Sei lá, nunca parei para contar.
– Você paga por sexo? Pago, mas não muito caro. Uns 20 reais mais ou menos.
– Você freqüenta termas ou casa de massagem? Porra, todo dia!
Seu telefone toca e do outro lado era uma mulher. Ele ficou todo entusiasmado e que ela esperasse mais meia hora, pois eles almoçariam juntos. Ele perguntou a enfermeira se podia adiantar o lado dele.
– Você pode me adiantar? Olha meu problema. Sou casado, mas tem um pessoalzinho que estou pegando e que quer almoçar comigo.
Não sei se o malandro encontrou a mulher para o almoço, mas depois de doar sangue não acredito que ele teria forças para nenhuma outra atividade que não fosse almoçar.

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