quinta-feira, 22 de julho de 2010

O HOMEM PERFEITO

Hoje fiz algo que normalmente não gosto de fazer: dá conselho. Normalmente não gosto de aconselhar pessoas. Gosto de assistir e ouvir, provocando a pessoa a pensar sobre o que está acontecendo em sua volta. Acho que cada um deve encontrar as saídas para seus problemas por si só. Cada um deve decidir seu destino com base em suas experiências e intuições, ouvindo a razão e o coração buscando o equilíbrio entre ambos. Quando não encontramos esse equilíbrio, devemos seguir o coração, pois a razão é impiedosa. Condena-nos, seja qual for a decisão. Já o coração nos conforta.
Minha amiga Camila, aquela do Wii, confidenciou-me sobre as agonias pessoais em que estava vivendo. Ela tinha que escolher entre um relacionamento de 7 anos que acabou e que ela lutava para reacender, e um novo prestes a começar, com alguém disposto a tudo para conquistá-la. O problema do primeiro relacionamento é que ela fez de tudo para que o amor reacendesse. Lutou com forças que poucas vezes vi alguém fazer. É difícil remontar uma relação que parece dilacerada pelo tempo, pela intolerância, às vezes pelo ódio decorrente de brigas. Reconstruir é muito mais difícil do que construir, pois as bases estão lá. Não se pode remover-las. Todas as agonias e mazelas que obrigaram a reforma estão lá e não podem ser simplesmente removidas. Toda estrutura deve ser readaptada. Por outro lado, o novo é fascinante. Podemos construir como queremos, esquecendo os erros estruturais da obra anterior, sem repetir os mesmos erros.
Camila lutou como pôde, mas chega uma hora que devemos dar chance para o novo. É o conselho que lhe dei. O novo é um rapaz disposto a tudo para ter-la ao lado. É um rapaz que faz de tolo nas vezes que não a encontra, pois ele sabe que ela encontra-se na obra antiga, tentando a reforma. É um rapaz que presta atenção nos detalhes, nas pequenas coisas. É também que erra pelo excesso, mas não desiste de tentar.
As mulheres reclamam que falta romantismo e seriedade aos homens, e quando eles aparecem na maioria os rejeitam. Esse rapaz, a obra nova a qual aconselhei Camila a escolher, é a um dos espécimes em extinção, como o autor desse blog. Normalmente esse espécime olha nos olhos da amada e declara tudo o que está em seu coração tentando falar com a alma dela. Suas palavras vêm da alma. Ele realmente presta a atenção nos detalhes e tenta agradá-la. Peca muitas vezes pelo excesso, pois é difícil ter a medida exata do agrado. Ele é capaz de abrir mãos de seus conceitos e pudores, chegando ao limite que a paciência permite, somente para conquistá-la. As vezes pode parecer grudento, eu sei, mas ele quer apenas ter essa mulher ao seu lado, nem que seja por um momento, minutos. Mesmo que não fale nada, apenas para sentir essa presença. Segurar a mão, um toque. Ele é o próprio romantismo. É aquele que manda uma mensagem após uma noite de amor. Avisa constantemente que sente saudades. Ele respira o ar da amada mesmo em sua ausência. Ela está lá de alguma forma. Ele sofre, chora, emociona-se. Ele quer somente uma mulher. Aquela mulher, que invade seus sonhos sem permissão, com ele acordado ou não. Ele não “fica”, relaciona-se, namora. Cria laços. Ele entende o que seria incencebivel. Perdoa o imperdoável. Vai em frente onde outros desistem. Mas não pense que ele é carente, que não gosta de si. Aliás, uma coisa deve ficar bem clara: quem não é carente? Quem no mundo não possui alguma carência ou alguma perda? E ele gosta de si também. Tanto que se coloca limites para tanta luta. A diferença é que seu tempo é mais dilatado do que os demais. Ele vai além dos limites para conquistar essa mulher.
Eu disse para ela escolher pelo rapaz. É hora de acreditar no novo e esquecer as reformas. É hora de seguir em frente e deixar o tempo agir. É hora de baixar a guarda e deixar o novo cumprir seu papel, que é conquistá-la. Não há perfeição, mas o mais próximo que se pode chegar é o novo.

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