domingo, 19 de setembro de 2010

PROFISSÕES

Esses dias conheci uma agrônoma, super interessante por sinal. Bonita, inteligente, dona de um par de lábios envolvente. Meiga e carinhosa. Mas não é dela que vou falar no momento. Eu sei que você está mais interessando nas minhas desventuras amorosas, mas queria discutir com você sobre o que nos leva a escolher determinadas profissões.
Quando criança eu pensava que seria cantor de rock, jogador ou aviador. Nunca imaginei como Contador, envolvido em uma montanha de números e legislações. Nenhum herói da TV é contador. Nas novelas quando aparece o contador, ou ele é o vilão, ou faz parte do núcleo mão. Quando o contador aparece na novela das oito, pode ter certeza, será ele o responsável pela miséria da família do mocinho. E no final da novela o contador morre esfaqueado por outro vilão do núcleo maligno. Só lembro-me de um contador “mocinho”. Ele apareceu no filme “A Lista de Schindler”. No enredo do filme ele era o responsável pela salvação dos judeus, pois incluía seus nomes na lista de empregados de Schindler, que era o dono da fábrica. Mas esse contador era careca, magricela, feio. Nada haver comigo, que sou cabeludo e um pouco fora de forma.
Não me lembro de ter muitas mulheres bonitas nas minhas turmas na faculdade. As bonitinhas que começaram o curso, concluíam o primeiro ano e migravam para administração logo em seguida. Lá sim, era o templo da beleza. Confesso que também pensei em mudar de curso, mas minha beleza (falta dela, né) não me deu coragem de concluir este desejo.
O que leva uma pessoa a descobrir que tem vocação para fazer agronomia? Por mais que tenha brincado na terra, com as plantas da vovó, nada justifica a vocação para ser esse jardineiro metido a besta, que fala em melhoramento de terra como se fosse a coisa mais banal do mundo. Essa menina que conheci (fantástica por sinal), falava de efeito estufa e melhoramentos com uma simplicidade que me impressionava. Ela tinha brilho nos olhos. Realmente sua vocação é a agronomia. Fiquei imaginando sua infância sendo questionada pelos pais, interessados na sua vocação e seu respectivo desespero e pavor ao descobrir aonde ela teria que estudar. É simples explicar esse desespero. No Rio de Janeiro a faculdade Federal que possui esse curso é a Rural. Para quem não sabe a Rural fica em Seropédica, que é longe de tudo e perto de nada. Acho que os agrônomos devem ser seres tão loucos que precisam ser criados longe da civilização, por isso escolheram Seropédica, cuja estrada de acesso é cheia de quebra molas. Nem precisa pela quantidade de buracos. A origem do nome da região vem da fazenda Seropédica do Bananal de Itaguaí, cujo proprietário chamado Luiz de Resende que, por volta do ano de 1875, produziu cerca de 50 mil casulos de bichos de seda por dia. Essa definição achei no Google. O que bicho de seda tem haver com agronomia? E por que não colocaram o nome de Rezende, em homenagem ao antigo dono da fazenda? Para quem não sabe (eu também não sabia) Seropédica vem de um neologismo formado por duas palavras: uma, de origem latina, sericeo ou serico , que significa seda, e outra, grega, pais ou paidós , que significa tratar ou consertar. Um local, portanto, onde se cuida ou se fabrica seda. Novamente achei isso no Google. Mas o que fábrica de seda tem haver com agronomia? Nada contra Seropédica ou agronomia, não é isso. Até gosto de Seropédica, embora prefira evitar. Gosto também de agronomia, principalmente as agrônomas, mas ainda não encontrei a relação entre ambos.
Minha relação com a agrônoma, digo, agronomia, vem de antes dos dias atuais. Meu falecido pai, mineiro de Itaperuna (que é no Rio, mas ele dizia que era mineiro, então fico com as palavras dele), gostava de assistir ao Globo Rural. Como só tinha uma TV em casa, é lógico que a preferência era dele, até porque o controle remoto ficava em suas mãos. Confesso que não entendia direito aquela conversa de húmus e minhoca. Ainda bem, caso contrário teria que estudar em cativeiro lá em Seropédica.

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